LGPD vira alvo de disputa entre Brasil e Estados Unidos
- Isabela Dante

- 15 de out.
- 2 min de leitura
Atualmente, mais de 140 países contam com legislações específicas voltadas à proteção da privacidade dos cidadãos. No Brasil, essa proteção acontece por meio da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020. Ela define como as empresas podem coletar e usar dados pessoais, além de estabelecer regras rígidas para quando esses dados precisam ser enviados para fora do país.
Por exemplo: Só é permitido o compartilhamento de dados com outros países se eles tiverem uma proteção equivalente à nossa ou se houver contratos e certificações que garantam a privacidade dos titulares.
Brasil e os Estados Unidos
Em julho de 2025, o governo americano abriu uma investigação alegando que a LGPD estaria dificultando os negócios de suas empresas de tecnologia e serviços digitais. Segundo eles, as restrições à transferência internacional de dados e até exigências envolvendo pagamentos eletrônicos, como o Pix, funcionam como barreiras comerciais. Caso considerassem o Brasil “injusto” nessa questão, os EUA aplicariam sanções, como tarifas extras ou restrições de importação.
O governo brasileiro, por outro lado, defende que a LGPD é um marco fundamental para garantir a soberania digital e a privacidade dos cidadãos, algo ainda mais importante em tempos de economia globalizada e baseada em dados. Abrir mão dessas regras poderia expor informações pessoais de milhões de brasileiros e enfraquecer a confiança no ambiente digital.
Esse embate mostra como a proteção de dados deixou de ser apenas um direito individual e passou a ser também um tema de diplomacia econômica.
E o que isso significa para a sua empresa?
Essa disputa entre Brasil e Estados Unidos reforça algo que nenhuma empresa pode ignorar mais: a proteção de dados é um tema estratégico e não apenas jurídico. Se sua empresa coleta, armazena ou transfere dados pessoais, especialmente em transações internacionais ou com grandes plataformas digitais, é fundamental garantir conformidade com a LGPD.
Empresas que se anteciparem a esses riscos estarão mais preparadas para operar com segurança, evitar sanções e conquistar a confiança de clientes e parceiros, no Brasil e no exterior.


